Áreas do conhecimento: Língua Portuguesa e Informática
Professores envolvidos: Enio Jocemir Rodrigues (LP) e Joceline Mausolff Grübel (I).
Descrição Resumida do Processo: A proposta prático-teórica visa proporcionar ao aluno do Sexto ao Nono anos, criar o hábito de refletir sobre o processo de escrita, visualizando sua produção, isoladamente e/ou em partes; identificando-as em suas complexidades tipológicas (Descrição, Narração e Dissertação), bem como as partes comuns a cada uma, as quais justificam a continuidade informativa do todo no texto. Estará o professor adequando os estudos e orientações a cada série em questão em conformidade com o Plano de Curso em vigência.
A introdução do uso do Laboratório de Informática, com o auxilio da professora de Informática, visa oportunizar ao aluno acesso a essa ferramenta tecnológica, como auxiliar no processo de aprendizagem da escrita, tanto na criatividade do educando quanto o estímulo ao uso desse recurso; estabelecendo uma relação de convivência entre as tecnologias disponíveis e o efetivo aprender que até então se via aliado apenas ao ambiente: espaço físico sala-de-aula e o manuscrever. Acredita-se que com essa “técnica-recurso” o aluno em contato com o computador, sinta-se estimulado a criar e vislumbre uma estreita relação entre seu mundo “virtual” e os saberes em vezes tão “maçantes” da sala de aula, e, conta-se ainda com o fator concentração, situação tão inusitada no meio escolar.
Prof. Enio Jocemir Rodrigues.
Leia a seguir os textos das alunas Bárbara e Shaiane do 9º Ano.
A cultura, cada vez mais longe
Bárbara Adriana Stoffel
O Jornal do Brasil, em 18 de setembro de 1998, publicou uma reportagem sobre os índios xavantes. O mesmo também traduziu um depoimento, que estava em sua língua primitiva o jê, matéria a qual o índio Hipru falava sobre os primeiros contatos do homem branco com os xavantes.
Cada um tem sua cultura, tanto índios quanto negros, brancos... E devem ser respeitadas umas pelas outras. Por isso, não podemos comprar as pessoas com presentes, para depois usá-las ou criticá-las dizendo que “estão integrados, que perderam sua cultura”. Nós até podemos ensiná-los jeitos diferentes de viver, porém isto não quer dizer que eles iram perder sua cultura ou mudar o seu jeito de viver. O índio está certo, quando diz: “Somos o povo verdadeiro”. Mas talvez a próxima geração não mais, pois podem casar com brancos, negros e com isso se afastarão cada vez mais de sua origem. Então nós ao contrário de querermos integrá-los, nos integraremos a eles e deixemos que eles nos ensinem um pouco mais sobre sua cultura, e ao mesmo tempo nós também ensinaremos a eles um pouco da nossa cultura. Vamos juntar nossos conhecimentos e quem sabe assim podemos melhorar o mundo.
Talvez num futuro bem próximo, não tenhamos mais a cultura dos índios. Então vamos nos mobilizar para que isto não aconteça. Contudo não podemos esquecer de alfabetizá-los, para que eles não sejam enganados como os seus antepassados, e para que não sejam esquecidos num futuro de tecnologias.
O primeiro contato do branco com o índio
Shaiane Stéfane Kaefer
Jornal do Brasil, 18 set. 1998, Caderno B, p.1. Isso ocorreu quando os índios xavantes da aldeia Pimentel Barbosa, de Mato Grosso, assistiram a um vídeo, produzido por eles mesmos, com a ajuda de um cineasta, no qual mostra como foram os primeiros contatos dos brancos com os índios de sua aldeia. Esse vídeo traz o trecho do depoimento traduzido da fala do índio Hipru.
O índio diz que ele se sentiu ofendido com o modo como os brancos chegaram em sua aldeia, pareciam querer comprá-los com presentes, o velho líder e os outros integrantes de sua aldeia acharam ainda que os brancos queriam enfeitiçá-los. Eles aceitaram os presentes dos brancos pensando que era o único modo o qual conseguiriam se “enturmar”, sendo que queriam a amizade e o respeito desses. Mas jamais pensaram que um dia os brancos iriam dizer que eles perderam a sua cultura, a sua integridade e a sua moral. O índio ainda diz que os brancos estão muito enganados se acham que eles iriam perder suas virtudes por causa de alguns presentes. Se no mundo deles deve ser assim, não quer dizer que aqui, na nossa aldeia na nossa casa será assim. Temos nossa história e nossos costumes a zelar, por nós e por nossos antepassados - afirma o “Cacique” em depoimento.
Ninguém tem o direito de querer comprar as pessoas com presentes e assessórios. Temos diversidades de culturas, qualidades e virtudes que já são os presentes que temos em nossa vida, os únicos, que se cultivado jamais irá se acabar. Devemos nos dar o devido respeito. É válido o depoimento do índio Hipru, hoje em dia as pessoas dão mais valor aos bens materiais, que o que Deus nos deu, que é só nosso e ninguém pode tirar e muito menos pôr a venda. Para muitas pessoas os índios podem parecer ignorantes, mas não fazem ideia que os ignorantes mesmos são eles por não saber dar valor aos seus costumes e sua religião e por se deixar levar por presentes e coisas materiais.